Arquiteto só faz desenho?
- Humberto Filho
- 29 de abr. de 2017
- 3 min de leitura

Funções De início, é importante que se esclareça a respeito das funções que podem ser desempenhadas por um arquiteto. O arquiteto faz projetos de arquitetura, que vai desde a avaliação do terreno para a implantação do projeto, passando por detalhamento de interiores (paginação de piso e azulejos, luminotécnica e instalações hidráulicas e elétricas), até o gerenciamento da obra. Além disso, esse profissional pode fazer projetos de interiores, paisagismo e até a parte urbanística.
Necessidades Antes de contratá-lo, no entanto, recomenda-se verificar sua real necessidade. Você precisa somente de um projeto? Ou do projeto mais acompanhamento e gerenciamento da obra? Saiba que é possível contratar apenas serviços avulsos, como uma consultoria. Veja as etapas:
Projeto: é possível contratar o profissional apenas para criar o projeto arquitetônico, que inclui mudanças e soluções para o espaço de acordo com o que o cliente necessita. Nessa fase estão previstos:
Estudo preliminar: Trata-se de um estudo de massas para determinar a viabilidade do projeto. Neste momento é feita entrevista com o proprietario para determinar seus anseios. É importante saber a rotina dos usuários para que o projeto seja funcional. Além da rotina, são pesquisados os gostos pessoais e referências de cada usuário. Após a entrevista, começamos a "colocar a mão na massa": levantar toda a legislação pertinente, dados do lote, informações de planos governamentais para área, análise do perfil do local (preferencialmente passado, presente e imaginar o futuro para os próximos anos). Ufa!!! Não é tão simples assim.
Anteprojeto ou projeto pré-executivo: Nada mais é que a resposta arquitetônica propriamente dita, já consideradas as exigências levantadas pelo cliente sobre o Estudo Preliminar. É importante ressaltar que o início desta etapa implica na aprovação, pelo cliente, da etapa anterior.
Esta etapa dos trabalhos aborda os seguintes temas:
– Concepção, dimensionamento e caracterização dos pavimentos contendo a definição de todos os ambientes;
– Elaboração e tratamento da volumetria da edificação;
– Definição de esquema estrutural;
– Definição de instalações;
– Concepção dos recursos necessários para a garantia do conforto ambiental;
– Aspectos econômicos e tecnológicos envolvidos.
Se Produto Final receber a aprovação do cliente, partimos para a fase seguinte.
– Planta de situação;
– Planta de cada pavimento;
– Planta de situação;
– Planta de cada pavimento;
– Plantas de cobertura;
– Cortes esquemáticos;
– Fachadas (ou elevações);
– Tabelas e memoriais;
– Outros (quando necessário): perspectivas, maquetes, etc.
Em resumo: É a solução completa da situação, com a definição da volumetria adotada, da concepção estrutural e das instalações em geral, possibilitando o perfeito entendimento da obra a ser executada.

Projeto executivo: Esta etapa representa o desenvolvimento e o aprofundado do anteprojeto previamente aprovado pelo interessado e tem como objetivo fornecer informações para o desenvolvimento dos projetos complementares.
Produto Final:
Abrange os mesmos itens da etapa anterior, mas de uma forma um tanto quanto mais profunda e detalhada, contendo:
– Eixos e sistemas de coordenadas;
– Indicação dos elementos estruturais;
– Locais de prumadas;
– Indicação de cotas de todos os ambientes e níveis;
– Dimensionamento de vãos e aberturas das esquadrias;
– Localização de equipamentos sanitários, pontos de instalações elétricas, ar condicionado, lógica, cabines de transformação, dentre outros;
– Indicação de níveis;
– Indicação dos principais acabamentos;
– Nas coberturas, indicação de caídas, calhas, coberturas, cumieeiras e pontos de descida de águas;
– Plantas de forros;
– Planta de divisórias.
Detalhamento: surge da necessidade de se definir as minúcias do projeto de Arquitetura que não podem ser representadas no Projeto de Execução.
Esta fase é a mais delicada e talvez a mais complexa do projeto devido a quantidade de itens envolvidos e a diversidade de soluções para todas as questões pertinentes a obra.
O número de desenhos de detalhes varia de acordo com a complexidade do projeto.
Acompanhamento da obra: nessa fase, o arquiteto acompanha cada etapa para checar se tudo está sendo seguido de acordo com as especificações do seu projeto. Geralmente, o profissional visita a obra uma vez por semana e, se o piso foi colocado errado, por exemplo, é possível mudar a tempo. O ideal é que o cliente contrate também o arquiteto que fez o projeto para acompanhar a obra, mesmo que esse profissional não faça o gerenciamento. Caso contrário, o projeto deve estar muito detalhado para que a construtora entenda e execute corretamente.
Gerenciamento da obra: o arquiteto faz cotações de preços em três fornecedores, compra materiais, contrata de profissionais e acompanha toda a execução dos serviços. Esse serviço também pode ser feito por outros profissionais ou até pelo próprio dono da casa.
Consultoria: se a intenção é apenas uma reforma simples, como troca de revestimentos, o arquiteto pode ser contratado para uma consultoria. Nesse caso, ele sugere opções de acabamentos, produtos e mão-de-obra, sem necessidade de plantas e detalhamento técnico. Essa situação não é comum no mercado, muitas vezes por falta de informação de que isso é possível.
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